quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

060 O Claustro de Cronos (storyboard)

De que maneira é possivel vencer a nossa inevitável finitude? Não é possivel, pelo menos por enquanto! No entanto podemos desafiar os tentáculos do tempo através da nossa memória prolongando assim a existência da individualidade. O amor tem um papel decisivo neste desafio.... Esta é a questão que o Claustro de Cronos tenta colocar. apontando para a importãncia de cada momento, cada sabor, cada pequeno instante.


-imagem projectada na tela de fecundação e gestação de um feto
-luz inexistente


-ser humano I dança num pendulo suspenso sugerindo a infância; ausência da consciência do conceito tempo -Não há projecção de vídeo
-Foco de luz picado dirigido ao personagem, o resto do palco sem luz
(música: cantus in memory of Benjamin Britten de Arvo Part)

-Cronos à esquerda do palco começa a escrever à máquina e atira papeis escritos para o chão
-projecção inicia uma numeração crescente
-ser humano I desce do pêndulo e continua a por baixo deste
-luz apontada a cada um dos personagens
(música: anterior faz passagem para som de bater à máquina)
-o dimiurgo surge vindo do escuro do fundo do palco e apanha os papeis do chão
-cronos continua a escrever à máquina e lança papeis para o chão
-ser humano I continua a dançar por baixo do pêndulo
-luz permanece
-ser humano I vai dançando dirigindo-se para o centro do palco acompanhado ( foco de luz acompanha-o)
-dimiurgo entrega um dos papeis ao ser humano I (deixa-o no chão)
-cronos continua a escrever com luz de frente-picada
-na prejecção, a numeração avança
-numeração projectada na tela forma um rosto na sua totalidade
-demiurgo volta para junto de cronos, acocorado aos seus pés
-ser humano I lê o papel deixado pelo demiurgo
-luz difusa sobre cronos e demiurgo e de frente para humano I
-ser humano I compreende que o rosto desenhado com a numeração do papel (projecção) representa a sua mortalidade e petrifica estática no mesmo sítio olhando para o papel
-projecção revela o horror sentido pelo ser humano I através de uma metamorfosede expressões faciais
-cronos observa no seu trono
-demiurgo mantem-se na mesma posição
-luz mantem-se

-ser humano I urina-se pernas abaixo, larga papel e cai de joelhos no chão
-cronos mantém-se a observar. Ri-se.
-projecção mostra o olhar de cronos, alternando com planos das pernas do ser humano I
-demiurgo mantém-se no mesmo sítio
-luz mantém-se
(música: requiem de Ligety)

-enquanto o ser humano I está de broco no chão surge na tela ser humano II mostrando algumas tarefas diárias em repetição, alternadas com o olhar de Cronos
-ser humano I na mesma posição põe venda nos olhos
-Cronos e luz mantêm-se como anterior
-demiurgo dirige-se para o pêndulo e pendura-se nele
(música: Requiem de Ligety)

-na tela surgem imagens de objectos como roldanas e relógios que caem alternadas com ser humano II e o olhar de Cronos
-ser humano I com venda nos olhos levanta-se, deambula e dança acompanhado com luz lateral
-demiurgo tenta proteger ser humano I
-luz fecha-se sobre Cronos
(música: Requiem for a dream de Kronos Quartet)

-Cronos com manípulos (andas) controla ser humano II que está na tela
-luz incide verticalmente e de baixo sobre Cronos
-ser humano I e demiurgo estão imoveis
(música:……..de Félix Cubin)

-demiurgo e ser humano I seduzem-se, apaixonam-se e envolvem-se numa coreografia conjunta
-Cronos indigna-se
-surgem na projecção imagens não figurativas em tons de vermelho
-luz fechou-se sobre Cronos e surge lateral vermelha acompanhando a dança alternadamente da direita e da esquerda

-por momentos as figuras fugazes na tela de projecção coincidem com a coreografia descrita pelo lacaio e o ser humano I, funcionando como as suas sombras
-luz, projecção e música mantêm-se

-no final da coreografia o demiurgo e ser humano I separam-se e este último cai no chão á esquerda de Cronos. O primeiro afasta-se para a direita e situa-se de joelhos no centro do palco em à tela de projecção
-luz abre-se na vertical sobre Cronos e sobre o pêndulo enquanto palco escurece
(música: anterior)

-ser humano I levanta-se, dirige-se e entra em Cronos (morre)
-lacaio permanece no mesmo sítio
-projecção em zoom-in do templo de Cronos acompanha os passos do ser humano I
-luz fecha-se sobre o trono de Cronos
(música: final da anterior)

-Cronos levanta-se, passeia e contorna o demiurgo em círculos zombetando do seu fracasso
-demiurgo mantém-se de joelhos no chão derrotado
-projecção mostra figuras humanas emparedadas do templo de Cronos, mostrando assim o seu poder
-ser humano I desapareceu no trono de Cronos
(música: Yensei punk de Yat-Kha


-demiurgo reage e tenta impedir que a contagem e os relógios da projecção avancem
-sombra projectada na tela de demiurgo esbracejando contrariam os movimentos que ele próprio faz no palco, de braços caídos.
-Cronos continua a passear-se no palco, triunfante
-luz mantém-se
-música passa a ser acompanhada por batuques, percussionados por músicos em palco (ocultos)

-demiurgo dirige-se para o trono de Cronos e rouba-lhe a capa que reveste o trono
-Cronos sozinho no palco deambula e observa confiante
-luz incide sobre cronos
-música: permanecem os batuques

-demiurgo tem convulsões e de dentro dele renasce o ser humano I com luz incidente de frente e cima
-Cronos no centro do palco é derrotado e cai (morre)
-luz fecha-se completamente
-batuques calam-se


-sem luz
-texto na projecção propõe que o público ponha vendas nos olhos que foram previamente colocadas por baixo de cada cadeira
-declamação gravada de um texto ( adaptação de Humus de Raul Brandão e de Sonhos de Einstein de Alan Lightman



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